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Atualizado: 24 de nov. de 2020

Segundo o Governo Federal, até o mês de agosto 115 mil pessoas devolveram o Auxílio Emergencial. O motivo não está especificado no Portal da Transparência, mas podem variar entre fraudes e recebimento indevido.

Por Barbara Cristina

Maria Eneida Hoffmann da Silva, 58 anos, aposentada, devolveu uma parcela do Auxílio Emergencial após a concessão de sua aposentadoria. Ela trabalhava como pescadora, e solicitou o Auxílio por meio do aplicativo Caixa Tem. Maria Eneida recebeu a primeira parcela no mês de junho e quando a segunda parcela foi depositada em sua poupança social, em agosto, foi aposentada. Ela procurou a Caixa Econômica Federal de São Borja para saber como devolver o valor, e foi encaminhada para uma agência dos Correios para realizar a devolução. Lá geraram uma Guia de Recolhimento à União (GRU) no valor da parcela de R$600, paga pela aposentada. Maria Eneida diz ter feito o que acha ser correto:

“Se eu não estou precisando mais, não tem porque eu ficar com o dinheiro. Tem muita gente que precisa mais do que eu. Eu já estou recebendo a aposentadoria, daí não tem porque eu ficar”, conta a aposentada.

Thaís trabalhando em casa neste período de pandemia

Thais Costa Moura, 23 anos, atualmente é professora na rede privada de ensino de São Borja. Thais ficou um ano desempregada e encontrou dificuldade para conseguir uma vaga, principalmente por ser recém formada e estar em busca do primeiro emprego. Quando começou a pandemia, surgiu outra dificuldade. Em razão do distanciamento social para tentar controlar o contágio da Covid-19, era arriscado sair de casa. Morando com a família, seu pai trabalha e a mãe autônoma, Thais solicitou o Auxílio em março, pelo Caixa Tem, mas só recebeu a primeira parcela em maio.

A professora recebeu duas parcelas de R$600, e no final de agosto conseguiu o emprego. Thais parou de receber o Auxílio automaticamente, após a assinatura da carteira de trabalho. A professora não precisou passar por nenhum processo para o cancelamento do benefício, o próprio sistema reconheceu que Thais já não se enquadrava nos critérios para o recebimento.

O Auxílio Emergencial ainda despertou em algumas pessoas a vontade de criar uma forma de complementar a renda. É o caso de Luis Henrique Alderete, de 32 anos, vendedor autônomo. Antes da pandemia, Luis Henrique trabalhava como vigilante, cobrindo as férias de outros funcionários, e ainda fazia bicos. Com o fim desse período, acabou desempregado. Começou a receber o Auxílio em abril, quando resolveu utilizar o que sobrou do dinheiro, após ter pago algumas contas atrasadas, para comprar matéria prima e vender lanches.


Luiz Henrique já trabalhou com lanches em 2018, e viu o dinheiro do Auxílio como oportunidade para aumentar a renda da casa onde mora com a esposa e a filha de 2 anos e 8 meses. “Eu procurei tentar aumentar a renda. Eu fui lá e comprei alguns produtos e pensei ah, vou ver o que dá para fazer. Vou vender, se der certo a gente continua, se não der a gente para né, faz o que consegue”, conta ele. Para o vendedor, o Auxílio ajudou muito sua família até agora e, graças ao complemento da renda gerado com a venda de lanches, a situação está mais estável, por isso diz não estar muito preocupado com a diminuição do valor pago nos próximos meses, mas que mesmo assim o dinheiro ainda irá ajudar a família.


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